Como a erva daninha, o musgo, a hera,
Que ás sonâmbulas pedras dão, piedosas,
Num abraço jucundo, misteriosas,
Lembranças de ternura, ser quisera...
Ser como a água no Estio; como as rosas;
Como a brisa que exalta e refrigera;
Qual trilo de ave; Sol da Primavera;
Ser como as sombras misericordiosas...
Ser como o vinho, o Pão e o Pensamento:
Aroma, hóstia, balsamo, alimento...
E esparso, quando enfim na luz dos Céus,
Ser um acorde na Harmonia imensa,
Como alma errando, estática, suspensa,
Sob a bênção magnânima de Deus!
Poema de António Carneiro
Sem humildade, nada se consegue!