quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
De 2009 saímos...
Em 2010 queremos...
«Aprender, conhecer, compreender e não aniquilar!»
Porque...
«O homem não é uma inutilidade num mundo feito, mas o obreiro dum mundo a fazer!»
P.S. (Palavras do Mestre Leonardo Coimbra)
Tenham todos um BOM ANO!
Regressaremos quando for possível...
Beijinhos e Abraços
Rio Leça transbordou...de mágoas!
Águas do manso Leça que empedidas
Desses duros penedos, não cansais
De ir seguindo o caminho que levais
Sendo como sois deles ofendidas.
Antes por esses seixos estendidas
Como saudoso tom ledas formais
De mil invenções, pérolas, cristais,
Em que vos vejo todas convertidas.
Não apresseis tanto o curso vosso.
Tornae rio atrás, pois vedes perto
O flutuoso mar que vos consume.
Porque é que cuido e digo, se não posso
Livrar-me de um pesar que tenho certo,
Como perdereis vós vosso costume.
Poeta Lírico
31 de Dezembro 2009
Ó Rio Leça
Como corres manso
Se eu tiver descanso
Em ti se começa!
D.Francisco Sá Menezes
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Feliz Natal 2009
Comiam todos o caldo, recolhidos e calados, quando o menino disse:
- Sei um ninho!
A Mãe levantou para ele os olhos negros, a interrogar.
O Pai, esse, perdido no alheamento costumado, nem ouviu. Mas o pequeno, ou para responder à Mãe, ou para acordar o Pai, repetiu:
- Sei um ninho!
O velho ergueu finalmente as pálpebras pesadas e ficou atento, também.
A criança, então, um tudo-nada excitada, contou.
Contou que à tarde, na altura em que regressava a casa com a ovelha, vira sair um pintassilgo de dentro dum grande cedro. E tanto olhara, tanto afiara os olhos para a espessura da rama, que descobrira o manhuço negro, lá no alto, numa galha.
A Mãe bebia as palavras do filho, a beijá-lo todo com a luz da alma. O Pai regressou ao caldo.
Mas o menino continuou. Disse que então prendera a cordeira a uma giesta e trepara pela árvore acima.
De novo o Pai levantou as pálpebras cansadas e ficou tal e qual a Mãe, inquieto, com a respiração suspensa, a ouvir.
E o pequeno ia subindo. O cedro era enorme, muito grosso e alto. E o corpito, colado a ele, trepava devagar, metade de cada vez. Firmava primeiro os braços; e só depois as pernas avançavam até onde podiam. Aí paravam, fincadas na casca rija.
A subida levou tempo. Foi preciso descansar três vezes pelo caminho, nos tocos duros dos ramos. Por fim, o resto teve de ser a pulso, porque eram já só vergônteas as pernadas da ponta.
Transidos, nem o Pai nem a Mãe diziam nada. Deixavam, apavorados, mudos, que o pequeno chegasse ao cimo, à crista e pusesse os olhos inocentes no ovo pintado. O ninho tinha só um ovo.
Aqui, o menino fez parar o coração dos pais. Inteiramente esquecido da altura a que estava, procedera como se viver ali, perto do céu, fosse viver na terra, sem precisão dos braços cautelosos agarrados a nada. E ambos viram num relance o pequeno rolar, cair do alto, da ponta do cedro, no chão duro e mortal de Nazaré.
Mas a criança, apesar de mostrar, sem querer, que de todo se alheara do abismo sobre que pairava, não caiu.
Acontecera outra coisa. Depois de pegar no ovo, de contente, dera-lhe um beijo. E, ao simples calor da sua boca, a casca estalara ao meio e nascera lá de dentro um pintassilgo depenadinho.
E o menino contava esta maravilha com a sua inocência costumada, como quando repetia a história de José do Egipto, que ouvira ler a um vizinho.
Por fim, pôs amorosamente o passarinho entre a penugem da cama e desceu. E agora, um nada comprometido, mas cheio da sua felicidade, sabia um ninho.
A ceia acabou num silêncio carregado. Só depois, à volta do lume quente do cepo de oliveira em brasido, é que os pais disseram um ao outro algumas palavras enigmáticas, que o pequeno não entendeu. Mas para quê entender palavras assim? Queria era guardar dentro de si a imagem daquele passarinho depenado e pequenino.
Isso, e ao mesmo tempo olhar cheio de deslumbramento os dedos da Mãe, que, alvos de neve, fiavam linho.
E tanto se encheu da imagem do pintassilgo, tanto olhou a roca, o fuso, e aqueles dedos destros e maravilhosos, que daí a pouco deixou cair a cabeça tonta de sono no regaço virgem da Mãe.
Conto de Miguel Torga
Beijinhos
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
31-10-2009 PR4 e PR3 Águeda (1)
«No seguimento da implementação da Rede de Trilhos Pedestres do Município de Águeda, a Câmara Municipal procedeu à abertura ao público do Trilho Terras de Granito no dia 20 de Setembro, em Macieira de Alcôba.
O Trilho "Terras de Granito" desenvolve-se ao longo de cerca de 8 km e estende-se pela aldeia de Macieira de Alcôba, desta ao Carvalho e à Urgueira, passando pela aldeia perdida das Hortas Velhas, lembrando as duras lides da serra e a força humana que, desde tempos romanos, abriu o caminho no granito.»
Também não podemos estar presentes na inauguração deste percurso mas, foi com o espírito das palavras da Autarquia que resolvemos percorrer os dois trilhos nas encostas da Freguesia de Macieira de Alcoba, do Concelho de Águeda, às portas da Serra do Caramulo.
A Câmara Municipal de Águeda continua a desenvolver os trilhos e percursos pedonais, levando os visitantes a descobrirem a cultura e identidade próprias desta região, através dos trilhos pelas aldeias, vilas e cidade do rico Concelho aguedense.
No final, ficamos com uma imagem muito positiva da aldeia de Macieira de Alcoba e das suas simpáticas gentes, onde haveremos de regressar quiçá brevemente, para repetir os passeios e degustar a excelente gastronomia do Restaurante da Escola!
Até à próxima aventura!
Beijinhos da "Caramulinha"
31-10-2009 PR4 e PR3 Águeda (2)
Rede de Percursos Pedestres de Águeda
E mais Fotos da Aventura
31-10-2009 PR4 e PR3 Águeda (3)
Rede de Percursos Pedestres de Águeda
Poesia
Sobre um mote de Camões
Se me desta terra for
eu vos levarei amor.
Nem amor deixo na terra
que deixando levarei.
Deixo a dor de te deixar
na terra onde amor não vive
na que levar levarei
amor onde só dor tive.
Nem amor pode ser livre
se não há na terra amor.
Deixo a dor de não levar
a dor de onde amor não vive.
E levo a terra que deixo
onde deixo a dor que tive.
Na que levar levarei
este amor que é livre livre.
Poema de Manuel Alegre
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Projecto “LIMPAR PORTUGAL”
Há um ano, na Estónia, a população conseguiu limpar o país num só dia.
As pessoas tiveram força de vontade, organizaram-se e a mobilização foi fenomenal!
Quem ficou a ganhar foi o país.»
O vídeo é impressionante: http://www.youtube.com/watch?v=T7GzfMD6LHs
Inscrevam-se e divulguem por favor: http://limparportugal.ning.com/
Eu já aderi a este Evento.
Deixo algumas mensagens que a Coordenação Distrital e a CCL/MTS (Comissão Coordenadora Local de Matosinhos) tem feito chegar a todos os membros – e não só! - de “Limpar Portugal”:
Mãos à Obra!
Não podemos perder o entusiasmo!
Página oficial: http://www.limparportugal.org/
Força PORTUGAL... Unidos seremos GRANDES!
Mensagens das Equipas de Coordenação Nacional
Visite LimparPortugal em: http://limparportugal.ning.com/
Até Breve
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
17-10-2009 PR6 Águeda (1)
Rede de Percursos Pedestres de Águeda
«Cerca de 500 pessoas responderam ao convite da Câmara Municipal e marcaram presença na inauguração do quarto Percurso Pedestre (PR6) do Concelho, com o nome Trilho de Águeda. A abertura do percurso teve lugar no dia 5 de Outubro, no Largo 1º de Maio, no seguimento da implementação da Rede de Trilhos Pedestres do Município de Águeda levada a cabo pela Câmara Municipal.»
Estamos de regresso aos belos Percursos Pedestres de Águeda.
Desta vez e por impossibilidade nossa, não podemos estar presentes no dia da inauguração de mais um trilho, o PR6 Águeda, que o Município tem vindo a implementar pelas freguesias do seu Concelho e que muito nos apraz registar esse belo projecto social, tão ao nosso gosto.
Registamos com agrado e pelas palavras da Autarquia acima referidas, que o evento decorreu muito bem e teve muita aderência, normal nestas ocasiões.
Que espectacular!
Para Gil Nadais, «...este é mais um percurso que vai possibilitar a descoberta do nosso Concelho.»
De registar ainda que, após o pequeno almoço num café da cidade, iniciamos esta jornada pedestrianista pela bem composta Feira de Águeda, onde dois elementos do nosso Grupo Familiar “Caramulinha” compraram cada qual umas novas botas de montanha, com boa aparência de resistência e conforto, bem como acessíveis no preço.
17-10-2009 PR6 Águeda (2)
Rede de Percursos Pedestres de Águeda
Com agrado se verifica que a Autarquia pretende dar continuidade ao projecto da implementação de novos trilhos, «...promovendo a requalificação ambiental, o desenvolvimento de estratégias de sensibilização e educação para a conservação da natureza e do património cultural e histórico, divulgando o nosso Concelho, propondo uma aproximação à natureza e a adopção de hábitos de vida saudáveis».
17-10-2009 PR6 Águeda (3)
Rede de Percursos Pedestres de Águeda
Parque de Alta Vila - Águeda
Descrição do Parque Alta Vila: Painel Informativo do PR6 Águeda
Continua...
17-10-2009 PR6 Águeda (4)
Rede de Percursos Pedestres de Águeda
Poesia
Letra para um hino
É possível falar sem um nó na garganta
Épossível amar sem que venham proibir
É possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.
É possível andar sem olhar para o chão
É possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
Se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo. É
Possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.
Poema de Manuel Alegre