Pretendes conhecer-me. E, vão intento,
Nas crispações das faces e no olhar,
Com afinco procuras encontrar
A afirmação do teu pressentimento.
Mas a minha alma, que reflecte o Mar
No seu louco tumulto e pensamento,
Mais orgulhosa oculta o seu tormento,
Não grita a sua dor, sabe calar.
Não podes conhecê-la. Porventura
Alguém pode sondar a profundura
Duma alma? Quantas vezes estremeço
Ao pensar, eu, que me esqueço a sondá-la
- Após tanto medir e interrogá-la
Que afinal também me desconheço!...
Poema de António Carneiro
terça-feira, 11 de novembro de 2008
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