Painel informativo do percurso
Claro que eu, amante do Pedestrianismo, caminhei a distância total e digo-vos que adorei, respondendo positivamente ao convite do Sr. Presidente da Câmara de Sever do Vouga, que incentiva a visitar o Concelho e usufruir da sua gastronomia. Úi! aquela vitela assada com batatinhas e arroz do forno! Quando me lembro….
Eu já cá tinha estado há vários anos atrás, tendo improvisado com quem me acompanhava, uma pequena e bela caminhada, num quente dia de Agosto.
Lembro-me de perguntar a tanta gente como lá chegar, até descobrir este belíssimo recanto de Portugal.
Hoje, a sinalização do percurso é excelente, ou não fora um trabalho da autoria de Joaquim Gonçalves (naturveredas) que já nos habituou a estes projectos muito bem elaborados.
O ponto de partida localiza-se na Freguesia de Silva escura, concretamente no Parque de Lazer da Cascata da Cabreia – ex libris da região – e acompanha para jusante o Rio Mau que, deste local para montante tem o nome de “Rio Bom”, que adquiriu na Freguesia com o mesmo nome, onde inicialmente atravessa.
Rio "Mau"
Das várias explicações para esta alteração, a mais provável é a péssima qualidade que a sua água passava a ter a partir da zona do Couto Mineiro da Malhada e do Braçal, onde até 1958 se explorou a “galena” ou minério de chumbo. Na extracção e lavagens do mesmo desaguava no rio tal veneno que o contaminava tragicamente tornando-o mau e impróprio para qualquer consumo ou uso.
Depois de visitarmos as extensas ruínas do Complexo Mineiro, prosseguimos pela montanha passando alguns pequenos núcleos populacionais, até encontrarmos novamente o rio “Bom” a montante da cascata, que devemos percorrer até chegarmos à majestosa queda onde o rio se precipita de uma altura de 25 metros, num quadro divino, mágico e romântico, que a Natureza nos oferece.
Lembram-se da telenovela “Senhora das águas” e da publicidade do castor a uma marca de pasta de dentes? Pois é este o mesmo local, naturalmente inalterado e melhorado nos acessos a este lugar bucólico guardado nos confins desta bela região.
Aqui me detive por largos momentos, meditando naqueles versos de Fernando Pessoa:
É como se a tristeza
Fosse árvore e uma a uma
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre
Esse rio sem fim.
O rio nada me diz
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Ou se desejo sê-lo.
Trémulos vincos risonhos
Na água adormecida
Porque fiz eu dos sonhos
A minha única Vida?!
Depois, associei-me ao salutar convívio dos “comes e bebes” onde provei aquele bolo que simbolizava a inauguração deste belo trilho, oferecido pela Autarquia.
Foi um dia maravilhoso que passei e dou os parabéns à Organização por tornar este pequeno paraíso encantador mais conhecido de todos os Portugueses!
A “Caramulinha” agradece!
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