« Deixe que lhe repita uma bonita cópia de uma canção de Francisco Sá de Meneses:
Ó Rio Lessa
Como corres manso!
Se eu tiver descanso
Em ti se começa.
A fábrica do Convento era pobre. Os arquinhos do claustro eram de tijolo, sem varandas por cima. Tinha capacidade para vinte e quatro moradores, vinte e quatro cubículos.
Da Conceição diz um cronista: « … tudo aqui é santo e devoto, porque até as paredes, onde parecem mais toscas, estão gotejando alentos de santidade…»
Mais miúda relação do Convento não encontrei ainda. Da Igreja direi o que me lembrar das crónicas. Esteve aqui uma imagem de pedra de oito palmos em alto, escultura do célebre Diogo Pires, santeiro, a quem D. Afonso IV mandou fazer em Coimbra por sete mil reis e mais três mil reis de pintura. Esta preciosa antigualha aqui à vinte anos, esteve escondida na alcova de um lavrador de Matosinhos. Não sei onde pára.
Dessa imagem, conta-se um caso dum carpinteiro de espírito forte do sec. XV:
Quando a Senhora da Conceição chegou à barra de Matosinhos, repicaram os sinos.
O carpinteiro perguntou que era aquilo. Responderam-lhe que era Santa Maria que chegava de barco e vinha para o Mosteiro.
O barbante, que estava carpinteirando, blasfemou desta forma, cuidando que a santa era de pau: « tão gorda galinha tivera eu, como assara com ela!»
Palavras não eram ditas e cai-lhe a enchó sobre um pé, do qual manquejou toda a vida.
Por este Convento passou D. Afonso V que veio ver a Quinta e concedeu a licença da construção. A este Convento veio el-rei D. João II confessar-se ao Frade Frei João da Póvoa. Esse Frei João da Póvoa, tal como Frei João da Comenda, eram os únicos relojoeiros que naquele tempo havia por todo Portugal.
Dessa imagem, conta-se um caso dum carpinteiro de espírito forte do sec. XV:
Quando a Senhora da Conceição chegou à barra de Matosinhos, repicaram os sinos.
O carpinteiro perguntou que era aquilo. Responderam-lhe que era Santa Maria que chegava de barco e vinha para o Mosteiro.
O barbante, que estava carpinteirando, blasfemou desta forma, cuidando que a santa era de pau: « tão gorda galinha tivera eu, como assara com ela!»
Palavras não eram ditas e cai-lhe a enchó sobre um pé, do qual manquejou toda a vida.
Por este Convento passou D. Afonso V que veio ver a Quinta e concedeu a licença da construção. A este Convento veio el-rei D. João II confessar-se ao Frade Frei João da Póvoa. Esse Frei João da Póvoa, tal como Frei João da Comenda, eram os únicos relojoeiros que naquele tempo havia por todo Portugal.
Nesta casa professou e saiu para Roma o ilustre Irlandês Wadingo, autor dos “Anaes da Ordem dos Frades Menores”, em 22 volumes.
Aqui estiveram os ossos de João Rodrigues de Sá, chamado o das “Galés”.
Aqui se perderam as cinzas dos dois “Sá de Meneses”, um Conde de Matosinhos e outro de Penaguião. Também de duas formosíssimas senhoras do seu tempo: D. Maria de Vilhena e D. Luísa de Faro, Condessa de Matosinhos.
Os ossos de Frei João da Póvoa estão incinerados de volta com a terra que pisamos.
Por aqui andam adubando batatais os ossos doutro que se chamou Frei João Pobre, o “Hortelão Santo da Conceição” e de Frei Bezardo, por cognome a “ ovelhinha de Deus”.
Aqui estiveram os ossos de João Rodrigues de Sá, chamado o das “Galés”.
Aqui se perderam as cinzas dos dois “Sá de Meneses”, um Conde de Matosinhos e outro de Penaguião. Também de duas formosíssimas senhoras do seu tempo: D. Maria de Vilhena e D. Luísa de Faro, Condessa de Matosinhos.
Os ossos de Frei João da Póvoa estão incinerados de volta com a terra que pisamos.
Por aqui andam adubando batatais os ossos doutro que se chamou Frei João Pobre, o “Hortelão Santo da Conceição” e de Frei Bezardo, por cognome a “ ovelhinha de Deus”.
Sem mais contar, eu daí a nada, derivando na serena água do rio triste, vinha repetindo a canção do autor da Malaca conquistada: « ó Rio Lessa, como corres manso…»
No regresso, o meu cachique levava desfraldada uma bandeirola com um nome de um filho meu. Deu-me nos olhos, que se levantavam para o azul do céu de Agosto.
Vi o nome. Lembrei-me dos Anjos e esqueci os Frades. »
Hoje, Senhores Autarcas, a vossa “Caramulinha” suplica:
Não deixem este espaço ao abandono mas, também não nos retirem este prazer tão grande que é chegarmos ao fim de semana e na companhia daqueles que amamos, encontrarmos as portas abertas deste “paraíso encantado” e usufruirmos daquilo que, como cidadãos e contribuintes temos direito!
A “Caramulinha” agradece!
Compilado pela “Caramulinha”
No regresso, o meu cachique levava desfraldada uma bandeirola com um nome de um filho meu. Deu-me nos olhos, que se levantavam para o azul do céu de Agosto.
Vi o nome. Lembrei-me dos Anjos e esqueci os Frades. »
Hoje, Senhores Autarcas, a vossa “Caramulinha” suplica:
Não deixem este espaço ao abandono mas, também não nos retirem este prazer tão grande que é chegarmos ao fim de semana e na companhia daqueles que amamos, encontrarmos as portas abertas deste “paraíso encantado” e usufruirmos daquilo que, como cidadãos e contribuintes temos direito!
A “Caramulinha” agradece!
Compilado pela “Caramulinha”
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