Rede de Percursos Pedestres “Na senda de Miguel Torga”
O Garrano do Gerês
De pequena estatura, cor castanha, membros robustos e curtos, perfil côncavo e pescoço grosso adornado por uma densa crina o Garrano é provavelmente um representante longínquo da fauna glacial do fim do paleolítico. Hoje os exemplares que vivem em estado selvagem são poucos e a raça está classificada como ameaçada.
Nas encostas mais inóspitas do Parque Nacional da Peneda Gerês um grupo de garranos pasta calmamente. A presença de estranhos faz com que o macho relinche e o grupo se afaste. Os potros acompanham a mãe de perto e o macho de orelhas arrebitadas mantêm-se atento. É ele que zela pela coesão do grupo e o homem e o lobo são os seus principais inimigos.
A raça garrana é uma das três raças de cavalos autóctones da Península Ibérica. Originária da fauna glaciar Paleolítica e representante do cavalo do tipo Celta das regiões montanhosas do Nordeste Ibérico, vive actualmente em estado semi-selvagem.
O cavalo garrano foi domesticado há vários séculos e estava perfeitamente integrado na vida rural do sistema agrícola de minifúndio no noroeste português. A mecanização da agricultura provocou o desinteresse dos criadores e o retorno dos animais para as zonas de montanha em regime livre. Nas primeiras décadas do século passado, com a submissão das serras portuguesas ao regime florestal, o garrano quase chegou a desaparecer.
Em 1945, por determinação do sub-secretário de Estado da Agricultura, são seleccionados 21 garranos, do efectivo pecuário local, e libertados no vale do Homem, entre as serras Amarela e do Gerês. O objectivo era fomentar a criação de reservas de animais autóctones em todos os perímetros florestais onde isso fosse possível. Alguns dos animais não se conseguiram adaptar, o que tornou necessário efectuar sucessivas aquisições até obter um núcleo de animais tipicamente serranos.
As razões que levaram à constituição do núcleo de garranos nem sempre foram bem compreendidas. Várias vezes tentaram eliminar os cavalos, alegando que evadiam as pastagens destinadas ao gado doméstico e que prejudicavam a flora do Gerês. Mas a eliminação do núcleo de garranos geresiana não se chegou a verificar e em 1970, quando foi criado o Parque Nacional da Peneda Gerês, Lagrifa Mendes defendeu activamente as razões da sua existência. O último grupo de garranos selvagens do Parque Nacional viu assim preservada a sua existência.
Mas no Parque Nacional da Peneda Gerês existem outros garranos, que vivem em regime de semi-liberdade e têm dono. Os criadores particulares deixam os cavalos pastar em liberdade na serra durante todo o ano. Por volta dos dois anos os poldros são capturados e vendidos. Para a maior parte deles, o destino é o talho.
Nas últimas décadas os criadores começaram a libertar no monte outras raças de cavalos. O resultado foi inevitável - os garranos puros começaram a rarear.
Em 1994, o Serviço Nacional Coudélico define o padrão da Raça Garrana e inicia-se o Registo Zootécnico. Nesse mesmo ano a raça é classificada pela União Europeia como “raça ameaçada” e coube à Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana recuperar a raça do perigo de extinção. O Registo Zootécnico permitiu realizar a caracterização zootécnica e determinar o seu efectivo e a sua área de dispersão. Actualmente estão registados cerca de dois mil indivíduos - 1500 adultos e 500 poldros - dispersos por dezassete concelhos nas províncias do Minho e Trás-os-Montes.
Para José Vieira Leite, da Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana, “ a sistemática aferição dos cavalos Garranos ao Padrão traduz-se nas principais característica somáticas da raça.” Mas é preciso fazer mais para preservar a raça. “É necessário diversificar a utilização da raça numa perspectiva de adaptação do potencial do cavalo Garrano a novos utilizadores”. O garrano tem um elevado potencial como raça vocacionada para o turismo e escola de equitação. A exploração do turismo equestre nas regiões de montanha e o uso de garrano no ensino da equitação permite valorizar a raça e garantir o seu futuro.
De pequena estatura, cor castanha, membros robustos e curtos, perfil côncavo e pescoço grosso adornado por uma densa crina o Garrano é provavelmente um representante longínquo da fauna glacial do fim do paleolítico. Hoje os exemplares que vivem em estado selvagem são poucos e a raça está classificada como ameaçada.
Nas encostas mais inóspitas do Parque Nacional da Peneda Gerês um grupo de garranos pasta calmamente. A presença de estranhos faz com que o macho relinche e o grupo se afaste. Os potros acompanham a mãe de perto e o macho de orelhas arrebitadas mantêm-se atento. É ele que zela pela coesão do grupo e o homem e o lobo são os seus principais inimigos.
A raça garrana é uma das três raças de cavalos autóctones da Península Ibérica. Originária da fauna glaciar Paleolítica e representante do cavalo do tipo Celta das regiões montanhosas do Nordeste Ibérico, vive actualmente em estado semi-selvagem.
O cavalo garrano foi domesticado há vários séculos e estava perfeitamente integrado na vida rural do sistema agrícola de minifúndio no noroeste português. A mecanização da agricultura provocou o desinteresse dos criadores e o retorno dos animais para as zonas de montanha em regime livre. Nas primeiras décadas do século passado, com a submissão das serras portuguesas ao regime florestal, o garrano quase chegou a desaparecer.
Em 1945, por determinação do sub-secretário de Estado da Agricultura, são seleccionados 21 garranos, do efectivo pecuário local, e libertados no vale do Homem, entre as serras Amarela e do Gerês. O objectivo era fomentar a criação de reservas de animais autóctones em todos os perímetros florestais onde isso fosse possível. Alguns dos animais não se conseguiram adaptar, o que tornou necessário efectuar sucessivas aquisições até obter um núcleo de animais tipicamente serranos.
As razões que levaram à constituição do núcleo de garranos nem sempre foram bem compreendidas. Várias vezes tentaram eliminar os cavalos, alegando que evadiam as pastagens destinadas ao gado doméstico e que prejudicavam a flora do Gerês. Mas a eliminação do núcleo de garranos geresiana não se chegou a verificar e em 1970, quando foi criado o Parque Nacional da Peneda Gerês, Lagrifa Mendes defendeu activamente as razões da sua existência. O último grupo de garranos selvagens do Parque Nacional viu assim preservada a sua existência.
Mas no Parque Nacional da Peneda Gerês existem outros garranos, que vivem em regime de semi-liberdade e têm dono. Os criadores particulares deixam os cavalos pastar em liberdade na serra durante todo o ano. Por volta dos dois anos os poldros são capturados e vendidos. Para a maior parte deles, o destino é o talho.
Nas últimas décadas os criadores começaram a libertar no monte outras raças de cavalos. O resultado foi inevitável - os garranos puros começaram a rarear.
Em 1994, o Serviço Nacional Coudélico define o padrão da Raça Garrana e inicia-se o Registo Zootécnico. Nesse mesmo ano a raça é classificada pela União Europeia como “raça ameaçada” e coube à Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana recuperar a raça do perigo de extinção. O Registo Zootécnico permitiu realizar a caracterização zootécnica e determinar o seu efectivo e a sua área de dispersão. Actualmente estão registados cerca de dois mil indivíduos - 1500 adultos e 500 poldros - dispersos por dezassete concelhos nas províncias do Minho e Trás-os-Montes.
Para José Vieira Leite, da Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana, “ a sistemática aferição dos cavalos Garranos ao Padrão traduz-se nas principais característica somáticas da raça.” Mas é preciso fazer mais para preservar a raça. “É necessário diversificar a utilização da raça numa perspectiva de adaptação do potencial do cavalo Garrano a novos utilizadores”. O garrano tem um elevado potencial como raça vocacionada para o turismo e escola de equitação. A exploração do turismo equestre nas regiões de montanha e o uso de garrano no ensino da equitação permite valorizar a raça e garantir o seu futuro.
Texto (Resumo): Anabela Moedas/Revista Ozono
Continua…
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