De Pé de Moura a Moura Morta
(Lenda tradicional Portuguesa)
« Passaram séculos e séculos desde o tempo que ocorreram estes episódios. Há muito que, vindos da África setentrional, os Mouros se tinham instalado no território a que hoje chamamos o Norte de Portugal. Mas, na época em que se passou a história que vos vou contar, Cristãos e Mouros guerreavam-se. E os primeiros tudo faziam para expulsar os segundos desse território.
Não faltam lendas a lembrar tempos tão conturbados.
Ouçam esta:
…Certo dia, uma Princesa Moura navegava Douro acima com o seu amado, quando ouviram um galope de cavalos na margem. Ao avistarem cavaleiros Cristãos, tomaram-se de pânico e rapidamente rumaram à margem oposta a fim de se protegerem.
Mal a Princesa saiu do barco e deu um passo para uma rocha que ali estava, logo a marca do seu pé ficou gravada na pedra.
E o lugar passou a chamar-se “Pé de Moura”.
O terreno era pedregoso o que dificultava a fuga. Muito a custo, os dois jovens venceram a ladeira e embrenharam-se no matagal.
A esse local chamou o Povo de lugar da “Lomba”.
A Princesa sentia-se esgotada de tão íngreme subida. Os seus pés delicados estavam doridos e em sangue. Ela suplicou:
- Paremos um pouco, meu bom amigo, senão morro!
- Descansemos então – anunciou o companheiro – mas, resguardemo-nos dos olhares desses malditos. (Quantas vezes a “Caramulinha” se sentiu igual!)
Para repousarem, o Mouro escolheu um lugar escondido, entre as ramagens, junto ao rio. Aí se abrigaram, esperando que a escuridão chegasse e os inimigos desistissem da busca. Esse local chamou o Povo de “Pedorido”.
Quando a noite finalmente caiu, o Mouro descobriu uma pequena embarcação abandonada na margem e resolveram prosseguir a viagem.
Desesperada com a sua sorte, a Moura sentia o coração dominado pela revolta.
E foi nesse momento que passaram por um lugar que o Povo deu o nome de “Raiva”.
De súbito, porém, as águas fizeram-se turvas e agitadas. Estavam junto á foz de outro rio que vinha desaguar no Douro. Durante um certo tempo, os dois jovens ainda lutaram corajosamente contra as águas tumultuosas. Mas, estas acabaram por os vencer.
O barco afundou-se e a jovem mais o seu amado afogaram-se.
“Rio Mau” chamaram por isso a esse rio.
No dia seguinte, o corpo da Princesa deu à margem, num local que havia de ficar conhecido por “Moura Morta”.
E é assim, de forma sábia, que o Povo explica os nomes desse lugares junto ao Rio Douro.»
Lenda recontada por João Pedro Mésseder
(Lenda tradicional Portuguesa)
« Passaram séculos e séculos desde o tempo que ocorreram estes episódios. Há muito que, vindos da África setentrional, os Mouros se tinham instalado no território a que hoje chamamos o Norte de Portugal. Mas, na época em que se passou a história que vos vou contar, Cristãos e Mouros guerreavam-se. E os primeiros tudo faziam para expulsar os segundos desse território.
Não faltam lendas a lembrar tempos tão conturbados.
Ouçam esta:
…Certo dia, uma Princesa Moura navegava Douro acima com o seu amado, quando ouviram um galope de cavalos na margem. Ao avistarem cavaleiros Cristãos, tomaram-se de pânico e rapidamente rumaram à margem oposta a fim de se protegerem.
Mal a Princesa saiu do barco e deu um passo para uma rocha que ali estava, logo a marca do seu pé ficou gravada na pedra.
E o lugar passou a chamar-se “Pé de Moura”.
O terreno era pedregoso o que dificultava a fuga. Muito a custo, os dois jovens venceram a ladeira e embrenharam-se no matagal.
A esse local chamou o Povo de lugar da “Lomba”.
A Princesa sentia-se esgotada de tão íngreme subida. Os seus pés delicados estavam doridos e em sangue. Ela suplicou:
- Paremos um pouco, meu bom amigo, senão morro!
- Descansemos então – anunciou o companheiro – mas, resguardemo-nos dos olhares desses malditos. (Quantas vezes a “Caramulinha” se sentiu igual!)
Para repousarem, o Mouro escolheu um lugar escondido, entre as ramagens, junto ao rio. Aí se abrigaram, esperando que a escuridão chegasse e os inimigos desistissem da busca. Esse local chamou o Povo de “Pedorido”.
Quando a noite finalmente caiu, o Mouro descobriu uma pequena embarcação abandonada na margem e resolveram prosseguir a viagem.
Desesperada com a sua sorte, a Moura sentia o coração dominado pela revolta.
E foi nesse momento que passaram por um lugar que o Povo deu o nome de “Raiva”.
De súbito, porém, as águas fizeram-se turvas e agitadas. Estavam junto á foz de outro rio que vinha desaguar no Douro. Durante um certo tempo, os dois jovens ainda lutaram corajosamente contra as águas tumultuosas. Mas, estas acabaram por os vencer.
O barco afundou-se e a jovem mais o seu amado afogaram-se.
“Rio Mau” chamaram por isso a esse rio.
No dia seguinte, o corpo da Princesa deu à margem, num local que havia de ficar conhecido por “Moura Morta”.
E é assim, de forma sábia, que o Povo explica os nomes desse lugares junto ao Rio Douro.»
Lenda recontada por João Pedro Mésseder
Sem comentários:
Enviar um comentário