Rede de Percursos Pedestres
“Na senda de Miguel Torga”
A SERRA DO GERÊS
A aventura na Natureza já não tem limites. Não existem mares por explorar e continentes desconhecidos. Apesar das fronteiras geográficas terem caído, permanece ainda um imenso mundo que alguns ainda querem descobrir.
Mesmo dentro do nosso país, muitos ouvem falar da Serra do Gerês mas, para eles é uma serra como tantas outras.
A SERRA DO GERÊS
A aventura na Natureza já não tem limites. Não existem mares por explorar e continentes desconhecidos. Apesar das fronteiras geográficas terem caído, permanece ainda um imenso mundo que alguns ainda querem descobrir.
Mesmo dentro do nosso país, muitos ouvem falar da Serra do Gerês mas, para eles é uma serra como tantas outras.
Para a “Caramulinha” é a “Rainha das Serras”!
Nesta serra vive alguma gente, embora ao longo dos anos muitos tenham emigrado, fazendo com que, em parte pouco habitada pelo homem, conserve ainda um grande estado de pureza. Animais e plantas prosperam, para nossa consolação.
Há vestígios dos nossos antepassados e sentimos vontade de os descobrir e reviver.
Para os nossos percursos trazemos sempre aquele espírito de conseguirmos associar e desfrutar da componente física, cultural e paisagística, que enriquecem e fortalecem o corpo e a mente durante este salutar passatempo que são as caminhadas.
Todavia, o nosso Passeio de hoje tem outra componente mais marcante, mais misteriosa e por isso mais apetecível, que é a histórica!
Digo-vos que é necessário ter muita sensibilidade para sentir na pele os arrepios e a emoção que é percorrer a Geira Romana, esse importante testemunho com dois mil anos de história! – construída em condições precárias daquela época, que os nossos antepassados deixaram e o tempo fez chegar até aos dias de hoje.
Para a “Caramulinha”, a Geira ou Via Nova (a Via Militar Romana XVIII do Itenerário de Antonino) inserida no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG) é dos percursos mais fantásticos e mais belos!
Nesta serra vive alguma gente, embora ao longo dos anos muitos tenham emigrado, fazendo com que, em parte pouco habitada pelo homem, conserve ainda um grande estado de pureza. Animais e plantas prosperam, para nossa consolação.
Há vestígios dos nossos antepassados e sentimos vontade de os descobrir e reviver.
Para os nossos percursos trazemos sempre aquele espírito de conseguirmos associar e desfrutar da componente física, cultural e paisagística, que enriquecem e fortalecem o corpo e a mente durante este salutar passatempo que são as caminhadas.
Todavia, o nosso Passeio de hoje tem outra componente mais marcante, mais misteriosa e por isso mais apetecível, que é a histórica!
Digo-vos que é necessário ter muita sensibilidade para sentir na pele os arrepios e a emoção que é percorrer a Geira Romana, esse importante testemunho com dois mil anos de história! – construída em condições precárias daquela época, que os nossos antepassados deixaram e o tempo fez chegar até aos dias de hoje.
Para a “Caramulinha”, a Geira ou Via Nova (a Via Militar Romana XVIII do Itenerário de Antonino) inserida no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG) é dos percursos mais fantásticos e mais belos!
Tendo já percorrido noutro ano o troço da Geira ou Via Nova desde S. João do Campo do Gerês, até Baños de Rio Caldo - Lobios, já em território de nuestros hermanos, com uma extensão de aproximadamente 15 km, resolvemos vir hoje percorrer este PR9, da Rede de Percursos “Na senda de Miguel Torga”, para calcorrearmos mais algumas milhas que nos eram desconhecidas “fisicamente”, como é obvio.
Iniciamos o percurso próximo à Capela de S. Sebastião da Geira, erigida no ano de 1867, dedicada a S. Sebastião, um lugar simbólico da Freguesia de Chorense.
Enchemos todos as garrafas de água fresca para a caminhada naquela “misteriosa” fonte ali ao lado da Capela que jorrava abundantemente por duas bicas. Mal sabíamos que “um milagre” ou “finta” esta fonte nos iria pregar…
Enchemos todos as garrafas de água fresca para a caminhada naquela “misteriosa” fonte ali ao lado da Capela que jorrava abundantemente por duas bicas. Mal sabíamos que “um milagre” ou “finta” esta fonte nos iria pregar…
O Grupo iniciou bem disposto, neste dia de Sol radiante e temperatura excelente para a prática do Pedestrianismo. Percorrido cerca de 1,2 km avistam-se no lugar conhecido por Ribeiro de Cabaninhas, a uma altitude de 450 metros,nesta freguesia de Chorense, os quatro miliários da milha XVII, dois de cada lado da via, três deles epigrafados.
Antes de mais convém lembrar que a Milha Romana corresponde a mil passos, mais ou menos 1500 metros.
O painel descreve assim, mais pormenorizadamente:
«De acordo com Martins Capela um dos miliários será de Caracala (198-217), datável do ano 214, outro de Décio (250) e um terceiro de Caro (282/283). Segundo Martins Capela os dois últimos estavam tombados, numa propriedade contígua ao caminho, pelo que recomenda que sejam colocados junto à via, o que se terá concretizado em data muito recente, pois que Amaro Carvalho da Silva os observou erguidos em 1986/7.O mesmo autor refere um miliário de Tito e Domiciano (79-81), datável do ano 80, já desaparecido na altura em que redigiu a sua obra.Nesta milha a VIA NOVA inflecte para norte, até à milha XIX, embora acompanhando sempre o relevo e mantendo a mesma cota (450 m), com ligeiras oscilações que o caminhante pouco sente. O caminho está em bom estado desde a milha XVII em diante cerca de duzentos metros. Logo no início entre os 145 aos 195 metros, conserva-se uma calçada, que cruza a Ribeira da Igreja. Nota-se, também, uma possível pedreira antiga, cerca de 216 metros depois dos marcos da milha XVII, do lado sul da estrada. Daqui para a frente o percurso é irregular devido ao denso mato e outros factores de degradação. De qualquer modo distingue-se uma segunda calçada entre os 328 e 340 metros. Entre os 850 e 865 metros a Geira foi cortada por uma estrada de terra batida A partir dos 865 metros o caminho volta a estar bem conservado. Registam-se vestígios de rodados de carro aos 775, 849 e 954 metros. Entre os 1190 e 1234 metros existe uma terceira calçada. Novamente, aos 1380 metros, distinguem-se traços de rodados.Entre os marcos da milha XVII e os da XVIII a distância é de 1709 metros. Ao longo do seu traçado, no percurso que descrevemos, a via é protegida por um muro de suporte, em pedra solta.»
«De acordo com Martins Capela um dos miliários será de Caracala (198-217), datável do ano 214, outro de Décio (250) e um terceiro de Caro (282/283). Segundo Martins Capela os dois últimos estavam tombados, numa propriedade contígua ao caminho, pelo que recomenda que sejam colocados junto à via, o que se terá concretizado em data muito recente, pois que Amaro Carvalho da Silva os observou erguidos em 1986/7.O mesmo autor refere um miliário de Tito e Domiciano (79-81), datável do ano 80, já desaparecido na altura em que redigiu a sua obra.Nesta milha a VIA NOVA inflecte para norte, até à milha XIX, embora acompanhando sempre o relevo e mantendo a mesma cota (450 m), com ligeiras oscilações que o caminhante pouco sente. O caminho está em bom estado desde a milha XVII em diante cerca de duzentos metros. Logo no início entre os 145 aos 195 metros, conserva-se uma calçada, que cruza a Ribeira da Igreja. Nota-se, também, uma possível pedreira antiga, cerca de 216 metros depois dos marcos da milha XVII, do lado sul da estrada. Daqui para a frente o percurso é irregular devido ao denso mato e outros factores de degradação. De qualquer modo distingue-se uma segunda calçada entre os 328 e 340 metros. Entre os 850 e 865 metros a Geira foi cortada por uma estrada de terra batida A partir dos 865 metros o caminho volta a estar bem conservado. Registam-se vestígios de rodados de carro aos 775, 849 e 954 metros. Entre os 1190 e 1234 metros existe uma terceira calçada. Novamente, aos 1380 metros, distinguem-se traços de rodados.Entre os marcos da milha XVII e os da XVIII a distância é de 1709 metros. Ao longo do seu traçado, no percurso que descrevemos, a via é protegida por um muro de suporte, em pedra solta.»
Calcorreando por esta Via Romana histórica, agora num terreno a céu aberto, deslumbramo-nos com vistas magnificas sobre Barral, Chorense e Balança, atravessando a Ribeira da Fecha, com belíssimas quedas de água, e na encosta mais adiante viam-se a pastar os semi-selvagens garranos do Gerês.
Alcançávamos, então, a milha XVIII, em cujo painel pode ler-se esta descrição:
«Na milha XVIII, em Minério, lugar de Saim ou Nazaré, na freguesia de Chorense, a uma altitude de 560 metros, existe apenas um miliário, epigrafado, da série de Tito e Domiciano (79-81), datável do ano 80, citado por Martins Capela. Henrique Regalo anota que este marco terá estado enterrado desde o século XIX, sendo exumado, em 1982, por “funcionários da Câmara”.
«Na milha XVIII, em Minério, lugar de Saim ou Nazaré, na freguesia de Chorense, a uma altitude de 560 metros, existe apenas um miliário, epigrafado, da série de Tito e Domiciano (79-81), datável do ano 80, citado por Martins Capela. Henrique Regalo anota que este marco terá estado enterrado desde o século XIX, sendo exumado, em 1982, por “funcionários da Câmara”.
Junto ao começo do trajecto entre esta milha e a seguinte, do lado direito fica o povoado romano designado Chã de Vilar, ou Saim Velho. A área de dispersão de vestígios é muito ampla e o habitat dispõe-se em socalcos bem visíveis. Este povoado poderá corresponder à mansio Salatiana referida no Itinerário de Antonino. A via foi cortada aos 285 metros, por uma estrada de terra batida. Quase duzentos metros (165 metros) adiante recupera-se o traçado. A partir dos 800 metros verifica-se uma descida acentuada que só estabiliza aos 840 metros. Aos 1030 metros conserva-se, em boas condições, uma calçada, junto a um curso de água (Ribeira da Fecha). Neste ponto Henrique Regalo observou indícios de uma quebrada, que terá ocorrido no contexto do pluvioso Inverno de 2000/2001.
Trata-se de um apontamento interessante para a análise dos problemas relacionados com a manutenção da via. Existem outros dois troços de calçada aos 1415 e aos 1442 metros. Foram documentados indícios de rodados de carro em 3 pontos (1030, 1430 e 1442 metros). Entre os dois conjuntos de marcos que assinalam as milhas XVIII e XIX a distância é de 1540 metros. Neste local há indícios de uma pedreira.»
Trata-se de um apontamento interessante para a análise dos problemas relacionados com a manutenção da via. Existem outros dois troços de calçada aos 1415 e aos 1442 metros. Foram documentados indícios de rodados de carro em 3 pontos (1030, 1430 e 1442 metros). Entre os dois conjuntos de marcos que assinalam as milhas XVIII e XIX a distância é de 1540 metros. Neste local há indícios de uma pedreira.»
Este agradável troço da via é, vejam só, dia e noite vigiado por uma enorme tartaruga, dona do Mundo. Que maravilha de penedo tão exótico.
Continua...
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