(Besteiros) 6 km / circular
Rede de Percursos Pedestres de Tondela
Estamos de regresso às caminhadas pela imponente Serra do Caramulo, mística região onde se respira um ar tão puro e que um dia ali … nasceu ... a personagem “Caramulinha”.
Rede de Percursos Pedestres de Tondela
Estamos de regresso às caminhadas pela imponente Serra do Caramulo, mística região onde se respira um ar tão puro e que um dia ali … nasceu ... a personagem “Caramulinha”.
Desta vez, deslocamo-nos à Freguesia de Santiago de Besteiros, no Concelho de Tondela, para percorrermos um suave e maravilhoso trilho, denominado “Rota de Santiago”, um tema emblemático que nos toca, ou não tivéssemos, há alguns anos atrás, percorrido os 260 km dos Caminhos de Santiago, o “Caminho Português do Norte”, que liga a Sé do Porto à Catedral de Compostela.
Foram momentos únicos que jamais nenhum mortal é capaz de apagar da sua vida.
Com este espírito viemos percorrer este trilho que, na realidade, o tempo fez esquecer da memória das gentes estas antigas vias de Tondela, outrora percorridas por milhares de Peregrinos em direcção à capital religiosa da Galiza.
Foram momentos únicos que jamais nenhum mortal é capaz de apagar da sua vida.
Com este espírito viemos percorrer este trilho que, na realidade, o tempo fez esquecer da memória das gentes estas antigas vias de Tondela, outrora percorridas por milhares de Peregrinos em direcção à capital religiosa da Galiza.
A Freguesia de Santiago de Besteiros e os Caminhos de Santiago
«… Os Caminheiros Portugueses de Santiago utilizavam naturalmente as vias Romanas e Árabes já existentes. Para além dos principais caminhos, é de admitir a existência de atalhos que encurtavam as distâncias e facilitavam a deslocação.
Viseu era na época uma cidade “charneira”, cruzada por, pelo menos, duas vias romanas: “As grandes vias da Lusitânia” de Mário Sá:
- A grande estrada que vinha do Sul, passando em Tondela, seguia para Lamego e Vila Real, permitindo o acesso a Santiago, via Chaves a Ourense.
- A que atravessava Lafões até Talhadas e Cabeço do Vouga, onde entroncava na grande via que seguia para o Norte por Braga, em direcção à Galiza.
Mais a Sul passava a importante via oriunda da Ponte de Alcântara, que passava por Idanha-a-nova, Manteigas, Oliveira do Hospital, Midões, Currelos, Ferreiros do Dão. Depois, Tonda, Tondela, Santa Eulália (Campo de Besteiros), Guardão, Alcofra, Ereira e Talhadas, onde entroncava a via anterior.
«… Os Caminheiros Portugueses de Santiago utilizavam naturalmente as vias Romanas e Árabes já existentes. Para além dos principais caminhos, é de admitir a existência de atalhos que encurtavam as distâncias e facilitavam a deslocação.
Viseu era na época uma cidade “charneira”, cruzada por, pelo menos, duas vias romanas: “As grandes vias da Lusitânia” de Mário Sá:
- A grande estrada que vinha do Sul, passando em Tondela, seguia para Lamego e Vila Real, permitindo o acesso a Santiago, via Chaves a Ourense.
- A que atravessava Lafões até Talhadas e Cabeço do Vouga, onde entroncava na grande via que seguia para o Norte por Braga, em direcção à Galiza.
Mais a Sul passava a importante via oriunda da Ponte de Alcântara, que passava por Idanha-a-nova, Manteigas, Oliveira do Hospital, Midões, Currelos, Ferreiros do Dão. Depois, Tonda, Tondela, Santa Eulália (Campo de Besteiros), Guardão, Alcofra, Ereira e Talhadas, onde entroncava a via anterior.
Um pouco mais moderna mas, seguramente medieval, é a via que, saindo da estrada Tondela/Viseu, passa por S. Miguel do Outeiro, Mosteiro de Frágolas, Vilar de Besteiros e Campo de Besteiros, todos lugares já existentes antes da independência de Portugal.
Variante desta estrada é o caminho que, pelas Mestras liga a Santiago de Besteiros, Portela e, pelo “caminho de Santa Maria”, ao Guardão.
Nesta via encontram-se implantadas duas pontes de boa traça, consideradas tradicionalmente como “romanas”, provavelmente contemporâneas a seguramente medievais. De realçar ainda, que junto a este caminho se encontram duas fontes em pedra, sendo a de Casal de Maçãs medieval (1375) e a da Portela um pouco posterior.
Todas as estradas e caminhos referidos foram percorridos por romeiros que, em peregrinação, se dirigiam a Santiago de Compostela.
As duas Pontes do Caminho das Mestras, que pelas suas características parecem ter sido destinadas a trânsito mais intenso que o chamado local e o facto do Orago da Paroquia ser S. Tiago, leva-nos a concluir que este caminho terá sido utilizado com grande frequência, como atalho, por Peregrinos em trânsito para Santiago de Compostela.
Merecerá, pois, a classificação de “Caminhos de Santiago”.»
Texto: Rui do Amaral Leitão (Ensaísta e Investigador)
Continua…
Variante desta estrada é o caminho que, pelas Mestras liga a Santiago de Besteiros, Portela e, pelo “caminho de Santa Maria”, ao Guardão.
Nesta via encontram-se implantadas duas pontes de boa traça, consideradas tradicionalmente como “romanas”, provavelmente contemporâneas a seguramente medievais. De realçar ainda, que junto a este caminho se encontram duas fontes em pedra, sendo a de Casal de Maçãs medieval (1375) e a da Portela um pouco posterior.
Todas as estradas e caminhos referidos foram percorridos por romeiros que, em peregrinação, se dirigiam a Santiago de Compostela.
As duas Pontes do Caminho das Mestras, que pelas suas características parecem ter sido destinadas a trânsito mais intenso que o chamado local e o facto do Orago da Paroquia ser S. Tiago, leva-nos a concluir que este caminho terá sido utilizado com grande frequência, como atalho, por Peregrinos em trânsito para Santiago de Compostela.
Merecerá, pois, a classificação de “Caminhos de Santiago”.»
Texto: Rui do Amaral Leitão (Ensaísta e Investigador)
Continua…
Sem comentários:
Enviar um comentário