Rede de Percursos Pedestres de Tondela
Poética Contraditória
Não digas o que sabes nos teus versos,
Não digas o que sabes nos teus versos,
Deixa para trás a ciência e a consciência;
Tudo aquilo que em ti não for ausência
São ideais perdidos, ou submersos.
Abandona-te às vozes que não ouves,
E liberta os teus deuses nos teus dedos;
Não busques os sorrisos, mas os medos,
E o que não for ignoto e só, não louves.
Ser misterioso e triste, é ser poeta:
Mesmo a luz que palpita nos teus cantos.
É uma imagem heróica dos teus prantos.
Percorre o teu caminho até ao fundo,
E com os versos que achaste, aumenta o mundo.
Não sejas um escritor, mas um profeta.
O vento vem aí
O vento vem aí
Debruça-se, calado, sobre um livro.
O gesto é lento, os olhos sérios, quietos.
Antes como depois, morte e silêncio.
Que ficou desse instante satisfeito,
Cheio de um pensamento definido,
De um sonho a realizar-se, de um ideal?
O vento levou tudo, varreu tudo.
Murmurou por momentos um adeus,
Ou seria o lamento das folhagens?
E logo foi varrer outros destinos...
Não é triste, poeta? Esta lágrima
É o movimento, o instante: tem-no a ele,
E a um cortejo de sombras, infinito.
Adeus, amigo, o vento vem aí..."
Ó meu Portugal que foste,
Que foste grande no Mundo,
Abre as asas, abre as velas
Revela o teu ser profundo.
Poemas de António Quadros (Santiago de Besteiros)
Poemas de António Quadros (Santiago de Besteiros)
Até à próxima.
Beijinhos
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