quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vale da Ribeira de Picoutos (4)

S. Mamede de Infesta - Matosinhos

Por… Infesta (encosta) do Rio Leça

(…)S. Mamede de Infesta é a denominação que esta freguesia tem no ano de 1706, pois anteriormente só se chamava S. Mamede, como vem nas Inquirições de 1258 e no censo de 1527. No entanto, em documentos do sec. XII vem denominada S. Mamede de Tresores (o termo Tresores vem de três orres, ou vales, que efectivamente ladeiam a freguesia). O determinativo Infesta (termo arcaico que significa subida, encosta, costa ou costeira, tem a sua razão de ser, pois S. Mamede está numa elevação que domina o Rio Leça ), aparece na "Corografia Portuguesa" do Padre Carvalho da Costa e tem variado muito, pois também se acha S. Mamede da Ermida e S. Mamede da Hermida da Infesta, nas Constituições do Bispado do Porto de 1735 e noutros documentos do sec. XVIII e S. Mamede de Moalde no "Catálogo e História dos Bispos do Porto" de Rodrigo da Cunha, em 1623 e na " Nova História da Ordem de Malta " de José Anastácio Figueiredo. (…)

Igreja Matriz de S. Mamede de Infesta

O orago e padroeiro da freguesia é S. Mamede Mártir e tem celebração a 17 de Agosto.A construção da actual Igreja de S. Mamede de Infesta foi iniciada em 27 de Agosto de 1864, tendo sido concluída em 7 de Setembro de 1866. Foi graças a um grande benemérito, natural desta freguesia, Rodrigo Pereira Felício, Conde de S. Mamede, que doou 12 contos de reis para a sua construção.
Há, no entanto, um episódio peculiar com a doação e a inauguração desta igreja. Rodrigo Pereira Felício aquando da doação dos 12 contos de reis teria dito que queria uma igreja com duas torres, como a do Senhor de Matosinhos. No entanto, o arquitecto Pedro de Oliveira construiu a igreja à imagem da Igreja da Trindade, portanto, com uma torre só. Aquando da inauguração, estando tudo preparado, Bispo, povo, autoridades, esperando apenas pelo Conde de S. Mamede, Rodrigo Pereira Felício, que chegava do Brasil. Quando a carruagem do Conde chegou ao cruzeiro (actual cruzamento da rua Godinho de Faria com a Av. do Conde) e viu a sua igreja só com uma torre, deu meia volta e retornou ao Brasil, sem mais palavras.

Continua…

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