Trilho Vale do Bestança - 6Km / Circular
Vila de Muros – Freguesia de Tendais
Poesia
Os Rios
Os rios têm cantigas de ceifeiras
Baladas esquisitas e formosas…
Há lá no fundo cristalinas eiras
Onde bailam crianças vaporosas.
De noite, pelas horas religiosas,
Os rios têm cantigas de ceifeiras,
E ao verem-nos passar, dizem as rosas:
Água que vem de terras estrangeiras.
No entanto, como enormes esqueletos,
Cobrem o rio as árvores, hamletos,
Numa postura estática e silente…
E a lua cheia de doçura e mágoa
Vai boiando, boiando á tona da água
Como Ofélia nas águas da corrente.
Poema de António Nobre
ERA O DOURO
Estava preso ao Douro, loucamente.
Havia ali segredos divinais,
Silêncios também conventuais,
Uma paz sedutora e diferente.
Estava ali, feliz, perto do cais.
Já não via o rabelo diligente,
Na sua faina alegre e paciente,
Nem ouvia também os seus arrais.
Mas era o Douro, sempre com magia,
Que não querendo, ali, ficar sozinho,
Me seduziu até ao fim do dia.
Era o Douro que, ali, muito baixinho,
Me disse com ternura e simpatia:
- Noutro dia, vou dar-te mais carinho.
Poema de Albino Brito de Matos
domingo, 19 de julho de 2009
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