segunda-feira, 12 de maio de 2008

11-05-2008 Festas de Matosinhos (2)


A Procissão


O momento mais marcante e que emocionou muita gente, foi assistir à procissão, que saiu da Igreja já passava das 16.00H .
Esta tradição, retomada o ano passado, esteve interrompida durante cerca de 40anos!

Um dos principais motivos, de que também não é alheio o factor meteorológico, prende-se com a qualidade da estátua original de Cristo, não ter condições para estar várias horas no exterior, tendo as instâncias responsáveis devidas mandado fazer uma réplica.

Assim sendo, a tradição está para continuar e é visível no rosto das pessoas como desejam e adoram este particular momento de puderem assistir ao cortejo Religioso.

Com a guarda a cavalo abrindo alas, saiu do adro da Igreja pela Av. D. Afonso Henriques até ao Parque Basílio Teles, descendo pela Rua de Ló Ferreira até ao monumento do Senhor do Padrão, junto à Praia, que assinala o local onde a estátua foi achada trazida pelo mar.

De seguida regressou à Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, subindo toda a extensão da Rua do Godinho.

Destaque-se a presença do Presidente da Câmara de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, que acompanhado do Prof. Correia Pinto e demais individualidades Matosinhenses, percorreram todo o percurso que o Cortejo Religioso efectuou.

O Senhor de Matosinhos

Descrições muito antigas atestam que a imagem do Senhor de Matosinhos foi esculpida por Nicodemos, fariseu convertido a discípulo de Jesus.
Nicodemos esculpiu cinco imagens de Jesus Cristo em madeiros da Judeia. Perseguido por Judeus e Romanos, lançou-as ao mar. Todas deram à costa e hoje são adoradas em Matosinhos (Portugal), Berio (Síria), Luca (Itália), Burgos (Espanha) e Orense (Galiza/Espanha).
A imagem do Senhor de Matosinhos apareceu na Praia do Espinheiro (Matosinhos) a 3 de Maio de 1242, cujo local ficou assinalado com um monumento conhecido pelo Senhor do Padrão.Todavia, a imagem apareceu na praia sem um braço e foram feitas várias tentativas para a corrigir, mas em vão... Alguns anos depois, uma pobre mulher de um pescador, que apanhava lenha junto da praia, ao lançar em casa o pau ao lume, este não ardia. A filha, que era muda, pela primeira vez falou e disse que era o braço que faltava ao Senhor de Matosinhos. Aproximaram da escultura na parte em falta e o braço encaixou perfeitamente. Após isto, contaram-se histórias de curas milagrosas que com o tempo deram fama inicialmente em Matosinhos, depois no Porto e por todo o norte de Portugal, assim como todo o Portugal Continental e antigo Ultramar.
A imagem esteve inicialmente instalada num altar do extinto Mosteiro de S. Salvador de Bouças, anterior à Nacionalidade, com referências desde o ano de 900 – Matosinhos pertencia ao Concelho e Julgado de Bouças – mas com o empobrecimento deste local e as ruínas do mosteiro, a imagem viria a ser transladada já no sec. XVI para a então erigida Igreja Matriz de Matosinhos.
O templo que hoje admiramos, no seu exterior sobressai a imponente fachada, obra da autoria do arquitecto Italiano Nicolau Nasoni.

Alguém escreveu um dia este verso popular, que eu sempre adorei:

O Senhor de Matosinhos
Mandou dizer ao de Fão
Que dissesse ao de Barcelos
Que o Mundo é todo irmão.

Paz e Amor para Todos!

Beijinhos da “Caramulinha”

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