sábado, 6 de setembro de 2008

09-08-2008 Ocidental Praia Lusitana Nº 5 (2)

Caminha –V.P. Âncora 9km / linear
Rota dos “Fortes”


A Caminhada

Iniciamos pela muralha seiscentista que nos leva à beira rio e já o ferry-boat partia na direcção da outra margem, no sopé do Monte de Santa Tecla, lembrando-nos daquele dia que o subimos, desde o cais em La Guardia.
Esta paisagem ribeirinha sobre o internacional e imponente Rio Minho é extraordinária de beleza.

Mil metros percorridos ao longo da marginal, depois pelo antigo Areinho da Torre e já estávamos na Mata do Camarido, zona verde envolvente à praia que acolheu o Parque de Campismo.
Verificamos a construção de novos passadiços nesta zona que proporcionam melhores acessos a Turistas e Caminheiros, embelezando mais este local.
A “Caramulinha” agradece estas novidades turísticas.

Um pouco mais à frente decorria uma aula de “fitness” em grande estilo.
Pelos antigos passadiços entravamos definitivamente no areal, para agora, descalços e já com protector solar, caminharmos a nosso belo prazer pelas Praias da Foz do Minho, do Moledo e de Vila Praia de Âncora.

Da Ponta do Cabedelo à Ponta da Ruiva, a praia já se compunha de banhistas e transeuntes que se exercitavam e banhavam nas gélidas águas do Oceano Atlântico.

Para traz íamos deixando o Pinhal do Camarido e avistávamos numa pequena ilha rochosa entre as águas o Forte de Ínsua, antiga fortaleza defensiva da costa, construído em 1652.
O mar desfazia as ondas espumosas sobre os nossos pés.
Agora, do lado esquerdo e lá ao longe, a mística Serra d’Arga, no alto do Cristelo a cerca de 700 m de altitude, espreita-nos no sopé dos seus montes, entre os velhos moinhos e hortas de cultivo.

Argas de Cima e de Baixo são lugares que proporcionam aos Pedestrianistas pelo menos quatro maravilhosos Percursos Pedestres.
Prosseguindo pela areia macia, as pessoas cruzavam-se connosco, caminhando e relaxando nestas maravilhosas praias, onde ainda hoje, o “sargaceiro” recolhe as algas (Gigartinales:Carragenófitas/agarófitas) com a “graveta”uma espécie de ancinho, e as coloca a secar ao sol. Aproveitamento natural que a mãe Natureza oferece.

Já vem de longe esta actividade de recurso suplementar na orla costeira. Dos séc.XVII ao XIX a apanha das algas nesta região, ao contrário do resto do litoral, não era livre e os apanhadores obedeciam a ordens, nomeadamente dos Frades do Mosteiro Franciscano de Insua, que viviam com dificuldades económicas e a quem tinham de entregar esmolas pela apanha das algas de Segunda a Sábado. Aos Domingos e dias Santos não podiam exercer a actividade, que era totalmente proibida às mulheres. Ao contrário de antigamente, que só serviam para fertilizar os campos de cultivo, hoje são empregues em produtos medicinais e servem também para temperos culinários.

Depois dos areais do Moledo e Santana, surgem os rochedos que assumem formas exóticas e harmoniosas que só o Mar sabe esculpir.

Deixamos os rochedos e as poças e inflectimos para um velho caminho das dunas que os Peregrinos percorrem até à Capelinha de Santo Izidoro e Santiago.

Chegávamos a V.P.Âncora, já no final desta rota entre os “Fortes”, entrando pelo Bairro dos Pescadores.
Até ao Forte da Lagarteira foi um pulinho e terminamos este agradável percurso junto ao Portinho das embarcações piscatórias.
Fomos ao “Veleiro” almoçar um agradável peixinho, visitando depois esta pacata Vila e a restante e prolongada tarde ficou reservada para “uma prainha” na Foz do Rio Âncora.

Continua…

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