terça-feira, 30 de setembro de 2008

20/23-08-2008 Senhora d’Agonia (1)

Viana do Castelo

Já há mais de 10 anos que não vínhamos à romaria de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

As festas realizaram-se de 20 a 24 de Agosto e nós quisemos reviver esta que é talvez em Portugal a “rainha” das romarias populares. Em boa hora o fizemos pois, este ano comemoram-se os 100 anos de “paradas e cortejos”, bem como os 750 anos do 1º foral outorgado por D. Afonso III, e mais tarde por D. Manuel I e D.ª Maria II.
Todo o programa previsto para os quatro dias foi deveras encantador.
A “Caramulinha” esteve presente no dia 20 em que se realizou a Procissão ao Mar e no dia 23 que desfilou o Cortejo Alegórico.
Poderia escrever aqui tanta coisa que os nossos olhos viram e quantas vezes humedeceram mas, as nossas palavras seriam tão insignificantes para descrever estes acontecimentos tradicionais desta terra cheia de Amor e sempre cada vez mais bela e maravilhosa.
Quantos prosadores, poetas e pintores se apaixonaram por Viana e mostraram ao Mundo todo o encanto e harmonia da paisagem, das suas gentes, seus usos e costumes.
Todavia, na era actual e pelo que temos lido sobre a divulgação turística de toda a região do Minho, consideramos ser o Dr. Francisco Sampaio, minhoto de gema e um grande apaixonado por este província, a pessoa que melhor descreve Viana do Castelo.

«A cidade debruça-se sobre o Rio Lima e encosta-se à colina de Santa Luzia.
Lá está também o mar, a oferecer poentes admiráveis de cor e longes carregados de azul. Bem como o vale, aberto, escancarado, coalhado de verdes, a rasgar o nascente.
É a velha “Viana da Foz do Lima” a Vila Medieval que mereceu a D. Afonso III a outorga de Foral. A “Pobra marítima” que se entrega com generosidade e com coragem, com fé e com alma à gesta dos descobrimentos e a todas as campanhas e lutas pela reafirmação da Pátria. A terra que D. Sebastião chamou “notável”. O empório de ricos mercadores dos séc. XVII e XVIII. A cidade de Sua Majestade a Rainha D.ª Maria II.

Cidade plana quase sem acidentes de terreno, Viana do Castelo estende-se entre o Mar e o Rio, recortada por ruas mais ou menos geométricas, cruzadas por vielas estreitas, praças e largos, de um pitoresco e tipicismo inconfundíveis, revelando recantos atraentes. Por entre o casario levanta-se, aqui e ali, mansões apalaçadas ou residências senhoriais que impressionam pelo garbo, pela traça. Mas, a surpresa mais grata para quem visita a cidade é o seu largo principal, em tempos remotos o Campo do Forno, depois a Praça da Rainha e a partir de 1910, Praça da Republica.
Aqui se apresenta, num conjunto maravilhoso, um tríptico de arte que é o expressivo ex-libris de Viana: a velha Casa da Câmara, a Casa da Misericórdia e o Fontanário.

Visitar a cidade é conhecer um museu vivo de história. Do porto medieval são o pequeno e amputado Hospital Velho, que era também de apoio aos Peregrinos do Jacobeu, na sua caminhada para Compostela. A Torre da Roqueta, no Castelo de Santiago da Barra, A Sé Catedral, construída em 1404, de estilo gótico e os Paços do Concelho, são alguns dos monumentos que impressionam o visitante.

O Monte de Santa Luzia, ao qual se pode subir a pé, de funicular ou de automóvel, é o miradouro mais deslumbrante de Portugal. Junto a ele foi construído, nos princípios deste século, o Templo-Monumento, desenho do arquitecto Ventura Terra, de inspiração românica e bizantina.

Viana, em leque, fica aos nossos pés. Uma cidade saudável, aberta ao Rio e ao Mar, expande-se em rasgados espaços … onde apetece viver.»
Texto (resumo) do Dr. Francisco Sampaio

Continua…

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