Recolhe-se a morrer a Natureza,
O ar é fruto e mosto. Nos pomares
O moribundo Outono põe a mesa
E despeja o seu sangue nos lagares.
A Natureza expira; e na tristeza
Da lenta morte que lhe vem dos ares
Morre em Paz, finda em sonho e em certeza,
Depois de abastecer todos os lares.
Anda na Vida a lentidão do sono.
Maternalmente, as árvores fraquíssimas,
Mal sustentam o fruto. O Inverno vem…
Assim expira o renascente Outono,
Em tardes que são mortes sereníssimas
De dias bons e que viveram bem!
Poema de Afonso Lopes Vieira
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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