Rede de Percursos Pedestres de Sever do Vouga
Poesia
A LARANJEIRA
De novo a laranjeira - olhai!
Traz ante nós os frutos,
Traz ante nós os frutos,
Quais lágrimas vertidas
Nos tormentos do amor
E de vermelho coloridas
Nos ramos de topázio.
Vede como as rútilas esferas
Em ágata moldadas ficam expostas
Às suaves mãos do zéfiro
Às suaves mãos do zéfiro
Que têm martelinhos para uma a uma as percutir.
E nós
Ora as beijamos
Ora nelas os aromas aspiramos
E assim parecem faces de donzela
Ou perfumados pomos.
Ou perfumados pomos.
Poema de Abensara de Santarém (Séc. XIII)Tradução de Ruy Belo (1933-1978 / "Todos os Poemas")
À BEIRA VOUGA
Perfil de serras
A descolar distâncias
Polvilho de oiro (...ao longe)
Na margem
Recatada
Lençol de prata
Névoa de desejo
Rastilho
Insinuado no olhar
Montanha
Em apressados passos a desfazer-se em verde
Ave
Leve
Voo
Breve
Os dedos no corpo vertical
Na procura de relva escondida (no vale profundo onde morre o desejo)
Descida lenta
Na renda da cortina (entre suspiros...)
Poema de Maria Aurora Carvalho Homem
Poema de Maria Aurora Carvalho Homem
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