(Da Santa Rufina à Senhora do Minho)
Serra d’Arga (Cerquido) – 7,5 km / Circular
Poesia
TÁVOLA REDONDA
Tua pureza basta, Galaaz.
Tua memória pura.
Para longe, o corcel das lutas vãs.
Tua pureza. E o silêncio da procura.
Caminheiros da paz
E da aventura,
Deixemos as palavras para traz:
Para beber o silêncio das manhãs,
A já presente dádiva futura.
Poema de Fernando de Passos
A Pastorinha
Pastorinha, tu que fazes,
Lá tão longe do lugar,
Todo um dia, enquanto trazes
No monte o gado a pastar?
Que fazes tu, Pastorinha,
Que fazes assim sozinha?
Fecha-te o Mundo esta selva,
Nem dele os sons aqui vem;
E tu, sentada na relva,
Tantas horas sem ninguém!
Que fazes tu, Pastorinha,
Que fazes assim sozinha?
Na roca tens companheira,
Mas nestes dias que são,
Se bem fias, fiandeira,
Vaie-se a estriga, ou cansa a mão!
Que fazes tu, Pastorinha,
Que fazes assim sozinha?
Malmequeres desfolhados
Tens no regaço e nos pés;
São já folhas de cuidados,
Ou desejos que mal vês?
Diz: é nisto, Pastorinha,
Que lidas por cá sozinha?
Se tu conversas com as flores,
Se cismas, a olhar sem ver,
Pastora, sonhas pastores,
Amando sem o saber;
Diz lá, diz Pastorinha:
Tu lidas nisto sozinha.
Ai! Pastora, tu coraste,
E vejo no teu rubor
Que, se o teu gado guardaste,
Não te guardaste de Amor;
Guarde-te Deus, Pastorinha,
Não andes assim sozinha!
Poema de João de Lemos
«A “Tradição”, elo que ata e harmoniza o passado com o presente, é o vinculo que liga o passado ao futuro.»
Camilo Castelo Branco
domingo, 24 de maio de 2009
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