Para todas as Crianças que crescem sem terem a oportunidade de serem Felizes!
Abrem a boca a bocejar sozinhos:
Deslizam vagarosos, como os Rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.
Nunca desperto de manhã, contente.
Pálido, sempre com os lábios frios,
Oro, desfiando os meus rosários pios…
Fora melhor dormir, eternamente!
Mas não ter eu aspirações vivazes,
E não ter, como têm os mais rapazes,
Olhos boiando ao Sol, lábio vermelho!
Quero viver, eu sinto-o, mas não posso:
E não sei, sendo assim enquanto moço,
O que serei, então, depois de velho.
Poema de António Nobre
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