segunda-feira, 4 de maio de 2009

19-04-2009 Trilho Chã da Franqueira (2)

5 km / Circular – Arga de Baixo (Caminha)
Rede de Percursos Pedestres Valimar

A Serra d’Arga

Lenda da Serra d’Arga

Foi numa manhã de Primavera, quando o Egica e a Eulália fugiram a cavalo para longe de Ervígio, pai de Eulália e rei visigodo em Espanha, pois este queria que a sua filha casasse com Ramismundo, um guerreiro temido. Os dois fugitivos foram Ter ao Monte Medúlio, nome dado pelos romanos à Serra d’Arga, ao Mosteiro Máximo, onde chegaram já com os últimos raios de sol a desaparecerem no horizonte. Aí foram recebidos por um velho amigo do pai de Egica, que, após uma breve meditação, os casou secretamente. No dia seguinte, mandou-os à presença de uma dama que vivia num castelo próximo e prometeu enviar um mensageiro a Ervígio, anunciando-lhe que tinha feito o casamento entre Egica e sua filha, para ver qual era a sua reacção.
Passados alguns tempos, o monge foi ao castelo dar ao casal a resposta de Ervígio, o qual lhes perdoaria e os receberia se, dentro de um ano, lhe dessem um filho varão, nomeando Egica, seu sucessor.
Porém, antes de partirem, baptizaram a Serra, que então acharam maravilhosa, com o nome de Serra d’Arga, porque Eulália achava-a parecida com uma enorme agra, isto é, um grande campo fértil e cultivado.

O Mosteiro de S.João D’Arga

No meio da encosta, próximo ao Ribeiro de S. João, vislumbra-se na contemplação dum olhar ao infinito, o Mosteiro ou Convento de S. João d’Arga. Não se sabe ao certo a data da sua fundação.
Os mais antigos registos atribuem a sua fundação a “SISEBUTO I” piedoso e destemido senhor da Península, entre os anos 612 a 621.
Escritos do arquivo do Reverendo Padre Carvalho da Costa, consta que esta Ermida foi mandada (re)construir por S. Frutuoso, Arcebispo de Braga, no ano de 661. Esta data é baseada numa descrição esculpida numa padieira da Igreja. Nas inquirições de 1258 surge a primeira referência histórica a este mosteiro, onde se lê «el Rey nom e padrom» ou seja, não pertença de el-rei.
Já mais tarde, no reinado do Rei Lavrador e inquirições de 1282, decretadas por este, vê-se no rol das igrejas do Padroado Real, que está escrito precisamente o contrário: «Monasterium de Sancto Johanne d’Arga, est regis», ou seja, já pertencia ao Rei.
O mosteiro de S. João d’Arga, surge também sobre a regência do Bispo de Tui, inserido no nosso território, tendo D. Dinis mandado pagar uma taxa de 100 libras a este mosteiro, quantidade essa bastante alta para a época, comparada com outras igrejas em regiões mais populacionais e mais importantes.
Em 1364 ainda havia monges, da Ordem de S. Bento (Beneditinos) mas o isolamento e a luta contra a rudeza agreste da serra fez acentuar a sua decadência. No reinado de D. Manuel II foi doado à Ordem de Cristo, com o rendimento de 37 ducados.
Todavia, por volta de 1515, já se encontrava em total abandono.
Nos “censos” de D. Frei Baltasar Limpo, este mosteiro é mencionado, esclarecendo que sendo em tempos pertença de sua Alteza Real, estava agora na posse do Marquês de Vila Real.
Também não é certa a data aquando da cessação da actividade de culto religioso neste mosteiro, tendo passado para a reitoria, sedeada onde é hoje o lugar de Felgueiras, desta Freguesia de Arga de S. João, visto que a igreja do mosteiro ficava algo longe da povoação.
Os Inquéritos Paroquiais de 1758 separam a freguesia do mosteiro. (…)

Hoje, este lugar é um dos mais visitados por Caminheiros, Turistas, Romeiros, Peregrinos, etc...

A grande Festa/Romaria ao S. João d'Arga, acontece todos os anos a 28 de Agosto.

Textos: (resumo) Compilação baseada em pesquisas “Serra d’Arga / Mosteiro de S. João d’Arga”

Continua…

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