A Procissão
Eram 16.30 e caíam os primeiros pingos de chuva. O azul do Céu encobria-se completamente, por acção das “tradicionais” nuvens, carregadas de água.
Já cá ando há 60 anos e é todos os anos isto! – desabafava uma senhora moradora do lugar.
- Já é tradição chover à hora da Procissão do Sr. da Boa Fortuna e também do Senhor dos Passos! – explicava um sujeito que ali estava para assistir ao acto solene.
Contra a força da Natureza ninguém pode mudar. É a “Força” do Senhor! (da Boa Fortuna?) – ouvimos a afirmar outro.
Daí a nada, apareciam repentinamente os ciganitos com guarda-chuvas, para vender aos desprevenidos. Eles sabem da “tradicional molhadela” e tem-nos guardados ali próximo, pró que der e vier. Também vendem e embelezam a Romaria com os balões coloridos.
Eram 16.30 e caíam os primeiros pingos de chuva. O azul do Céu encobria-se completamente, por acção das “tradicionais” nuvens, carregadas de água.
Já cá ando há 60 anos e é todos os anos isto! – desabafava uma senhora moradora do lugar.
- Já é tradição chover à hora da Procissão do Sr. da Boa Fortuna e também do Senhor dos Passos! – explicava um sujeito que ali estava para assistir ao acto solene.
Contra a força da Natureza ninguém pode mudar. É a “Força” do Senhor! (da Boa Fortuna?) – ouvimos a afirmar outro.
Daí a nada, apareciam repentinamente os ciganitos com guarda-chuvas, para vender aos desprevenidos. Eles sabem da “tradicional molhadela” e tem-nos guardados ali próximo, pró que der e vier. Também vendem e embelezam a Romaria com os balões coloridos.
Depois de confirmarmos o trajecto que estava delineado para o percurso da Procissão do Sr. da Boa Fortuna, antes da chuva se acentuar deslocamo-nos para a Igreja Matriz de S. Mamede de Infesta, para aí assistirmos à passagem da mesma.
Após lá chegarmos, a chuva começou a cair copiosamente e a deixar em dúvida a saída da Procissão. A paragem dos autocarros em frente à Igreja estava repleta de pessoas que pretendiam, semi-abrigadas, daí ver a Procissão passar.
Eram 17.20H e chegam simultaneamente dois autocarros no sentido Valongo.
As pessoas desencorajadas e mais molhadas, vendo que a Procissão não aparecia, entraram no transporte público, ficando o local (centro da cidade) completamente vazio de gente.
Nisto, estoiram foguetes e ouve-se música de banda lá ao fundo, por detrás do Cemitério.
Eram 17.20H e chegam simultaneamente dois autocarros no sentido Valongo.
As pessoas desencorajadas e mais molhadas, vendo que a Procissão não aparecia, entraram no transporte público, ficando o local (centro da cidade) completamente vazio de gente.
Nisto, estoiram foguetes e ouve-se música de banda lá ao fundo, por detrás do Cemitério.
A chuva não parava de cair, abundantemente.
Alguns, abrigados, aguardávamos que surgisse alguma coisa. Ou sim ou sopas!
Passam momentos e estoiram mais foguetes. Alto! - a Procissão saiu mas não passa aqui! – avisou alguém mais atento. Por causa da chuva reduziram o trajecto e já vai no sentido descendente.
Alguns, abrigados, aguardávamos que surgisse alguma coisa. Ou sim ou sopas!
Passam momentos e estoiram mais foguetes. Alto! - a Procissão saiu mas não passa aqui! – avisou alguém mais atento. Por causa da chuva reduziram o trajecto e já vai no sentido descendente.
Com um “nervo miudinho” desatamos a correr até à entrada da Capela do Sr. da Boa Fortuna e por pouco que não víamos a chegada da Procissão, debaixo de muita chuva.
Notamos as pessoas e principalmente os participantes nada sorridentes com a sorte que lhes coube.
- Coitados! - ouvimos alguém murmurar. Eu é que não punha a milha filha ali no desfile.
- Ó senhora! - só vai quem quer ou porque fazem promessas e querem cumprir! – respondia outra. A canalha daqui é forte, deixe lá. Chegam a casa, mudam de roupa e comem um nestum quente, já ficam bem. Os graúdos, tomem um banho e com duas fatias de “teixeira” e um chá quentinho, já ninguém se lembra da chuva.
A nós, agradou-nos a segunda hipótese. Chegamos a casa com a roupa colada ao corpo e esta “receita” foi remédio santo.
Porém, à passagem do Altar, fizemos, como é aconselhável nesta ocasião, um pedido ao Sr. da Boa Fortuna, para que interceda no Céu e se repercuta na terra:
- Saúde, Amor e Paz para todo o Mundo!
Deveríamos pedir algo mais? Para quê?
Lembrem-se das palavras sábias do Padre António Vieira, esse grande pensador Português que um dia proferiu esta frase num sermão:
- Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem!
- Coitados! - ouvimos alguém murmurar. Eu é que não punha a milha filha ali no desfile.
- Ó senhora! - só vai quem quer ou porque fazem promessas e querem cumprir! – respondia outra. A canalha daqui é forte, deixe lá. Chegam a casa, mudam de roupa e comem um nestum quente, já ficam bem. Os graúdos, tomem um banho e com duas fatias de “teixeira” e um chá quentinho, já ninguém se lembra da chuva.
A nós, agradou-nos a segunda hipótese. Chegamos a casa com a roupa colada ao corpo e esta “receita” foi remédio santo.
Porém, à passagem do Altar, fizemos, como é aconselhável nesta ocasião, um pedido ao Sr. da Boa Fortuna, para que interceda no Céu e se repercuta na terra:
- Saúde, Amor e Paz para todo o Mundo!
Deveríamos pedir algo mais? Para quê?
Lembrem-se das palavras sábias do Padre António Vieira, esse grande pensador Português que um dia proferiu esta frase num sermão:
- Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem!
Os nossos agradecimentos a todos que se envolveram e trabalharam para uma vez mais se manter esta tradição bem Portuguesa, de S. Mamede de Infesta!
Fiquem com Deus! Até à próxima!
Continua…
Fiquem com Deus! Até à próxima!
Continua…
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